Diagnóstico
Chegar ao diagnóstico final de uma miopatia autoimune sistêmica é comumente um longo e frustrante processo para pacientes, familiares e médicos. Devido à raridade dessas doenças, muitos são diagnosticados de forma errada e permanecem assim durante anos ou simplesmente não recebem diagnóstico algum. Em outro cenário, há pacientes que chegam a receber corretamente o diagnóstico de uma miopatia autoimune sistêmica, porém não recebem um tratamento adequado.
Durante a consulta, o médico deve fazer perguntas sobre sua saúde em geral, incluindo o histórico familiar de doenças. O médico vai querer saber quando os primeiros sintomas apareceram e deverá examinar a força muscular e manchas pela pele. Fará também uma avaliação completa do seu corpo, incluindo pulmões, coração, intestino, etc.
Alguns critérios podem ser usados como guia para estabelecer um diagnóstico de uma miopatia autoimune sistêmica, que deve sempre ser feito com a ajuda de uma equipe médica.
Exames de sangue convencionais:
Os médicos avaliarão, por exemplo, determinadas substâncias que circulam no sangue e que refletem a inflamação dos músculos: creatinofosfoquinase ou creatinoquinase (CPK ou CK), aldolase, alanina aminotransferase (ALT ou TGP), aspartato aminotransferase (AST ou TGO) e desidrogenase láctica. Entretanto é importante ressaltar que podemos ter pacientes com esses marcadores dentro do limite da normalidade, mesmo em franca progressão da doença. Além disto, outras condições clínicas podem causar também a alteração dessas substâncias.
Biópsias
e músculos e pele:
Pequenas amostras de músculo quando examinadas podem mostrar alterações sugestivas de uma miopatia autoimune sistêmicaDiria que é um exame obrigatório para pacientes com suspeita, por exemplo, de PM e MCI, justamente porque são doenças que podem imitar ou serem imitados por outras doenças que causam também fraqueza muscular progressiva. No caso da DM, dependendo do contexto clínico com as manchas típicas na pele, a biópsia de músculo pode ser dispensada.
Pequenas amostras de pele quando examinadas podem acusar alterações sugestivas, por exemplo, de DM.
Exames de imagem e Eletroneuromiografia
A ressonância magnética dos músculos é um exame de imagem em que se pode detectar ser realmente apresenta uma doença muscular, sua progressão, subtipo, assim como da presença atual da inflamação. Por fim, pode direcionar o local mais adequado para realizar uma biópsia do músculo.
Eletroneuromiografia: famoso exame de “choquinhos”.Ajuda a definir se há realmente uma doença muscular. Permite também avaliar se a fraqueza muscular seria de outra origem, como por exemplo, de origem do sistema nervoso. É importante ressaltar que é um exame que depende da experiência do médico executante.
Anticorpos
são investigados no sangue dos pacientes. Há anticorpos bem específicos das miopatias autoimunes sistêmicas; outras, não são específicos e podem ser encontrados inclusive em outras doenças autoimunes sistêmicas. Alguns anticorpos, além de auxiliar no diagnóstico, indicam a gravidade da doença e mostram possíveis áreas do corpo que são mais comumente acometidas. A ausência de anticorpos não afasta o diagnóstico de uma miopatia autoimune sistêmica. Por outro lado, a sua presença não necessariamente confirma o diagnóstico dela; portanto,a interpretação dos resultados dos anticorpos deve ser feita por um médico experiente
Tratamentos
O tratamento das miopatias autoimunes sistêmicas podem variar muito de paciente para paciente, e um único tratamento pode não funcionar para todos. A equipe médica deverá definir qual combinação de medicamentos deverá ser usada e as mudanças que deverão ser adotadas ao longo do tratamento. É extremamente importante a comunicação do paciente com a equipe médica para a escolha do melhor tratamento.
Parte importante do tratamento é a prática regular de atividade física que melhor se adequa a cada paciente, levando em conta o nível de fraqueza muscular e habilidade de cada um. Muitas vezes o uso de suplementação pode ser adotado como medida para ajudar no ganho de força muscular. Tudo deve ser conversado com a equipe médica e multidisciplinar.